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Como os apps fitness podem ajudar ou interferir nas suas metas

De uns tempos para cá, os apps fitness se tornaram uma verdadeira febre. Todo mundo já tinha pelo menos um contador de passos em seu smartphone, mas com a pandemia da Covid-19 e o lockdown, aplicativos com rotinas e recomendações de treinamento, como o Exercícios em Casa (100+ milhões de downloads), dispararam em popularidade.

Agora, a pergunta que não quer calar é: Esses apps ajudam mesmo, ou são apenas um passatempo temporário que logo esquecemos?

Vamos dar uma olhada. Mas já vamos adiantando que a resposta é: “Depende”.

Os prós dos apps fitness

Antes de mais nada, temos que reconhecer que eles têm, sim, sua valia. Afinal, muita gente é simplesmente desorganizada; vem a motivação de treinar, a pessoa pega e faz polichinelos ou flexões até desmoronar de cansaço, depois fica uma semana com os músculos doloridos e lá se foi a motivação.

Então aqui temos um pró: Se você é um tipo mais desleixado, os apps fitness ajudam na organização das suas rotinas. 

Outro pró? A “gamificação” do exercício. Com isso, nos referimos ao fato de que os apps de fitness nos permitem marcar tarefas completadas, ver o nosso progresso, subir de nível e ganhar recompensas — exatamente como em um jogo RPG. 

Esse aspecto de jogo, ativando os mecanismos de recompensa do nosso cérebro (maior produção de endorfinas, por exemplo) é muito útil na motivação e na formação de hábitos. 

Os hormônios de recompensa que o seu cérebro libera, tanto após o exercício quanto após você completar tarefas em um app, são essenciais na formação de hábitos — mas lembre-se, podem formar hábitos bons ou ruins. 

Ainda outra vantagem: os apps fitness põem para bom uso as redes sociais e a vontade de aparecer. Ao compartilhar o seu progresso, você cria uma expectativa de consistência nas mentes dos outros, o que por sua vez o motiva a treinar mais.

exercício quanto após você completar tarefas em um app

Os contras

Não é só um mar de rosas. Se fosse, todo mundo estaria em boa forma e as academias iriam à falência.

Mas não: existem desvantagens potenciais e reais nos apps fitness.

Um exemplo óbvio é que, em vez de largar o celular pelo menos enquanto treina, você tende a levá-lo consigo. Vai caminhar — leva o celular. Treinando no quarto? Também precisa dele. E por aí vai.

Isso é uma desvantagem séria. Afinal, sofremos todos os dias de um bombardeio de informações, mensagens, posts nas redes sociais… nossa mente não foi feita para absorver tanto estímulo, e acabamos fatigados, tensos, estressados e com uma perene dor nas costas, nos ombros, no pescoço.

Já se você vai à academia ou anda no parque com um amigo, deixando seu dispositivo em casa, é mais provável que você aproveite a companhia dos outros, tenha boas interações sociais, observe os arredores e saia um pouco do cubículo que é seu smartphone.

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Outra desvantagem é que, muitas vezes, os apps fitness simplesmente cansam logo. A novidade passa, já nos acostumamos a marcar o nosso progresso lá, mas de repente parece que falta algo. É porque, acostumados a estímulos sempre mais fortes, com atenção sempre menor, nossas mentes logo se voltam para alguma outra novidade, algum outro app ou jogo. E lá se vão nossos bons propósitos de ano novo.

Finalmente, vale notar que, em matéria de treino físico, poucos de nós somos autodidatas. Precisamos de orientação, de instruções e cuidados que os aplicativos simplesmente não substituem.

Treinando em casa, sem ninguém para nos ajudar, é mais fácil exagerarmos e, às vezes, até mesmo nos lesarmos seriamente.

Como você vê, há muito que recomendar nos apps fitness, mas é fundamental lembrar que eles não são uma panaceia. Use com atenção, sem menosprezar a importância de orientação humana de treinadores no mundo real.